quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Quebrando a promessa [2]

Porque uma parte de mim é sua... A outra é você.

sábado, 15 de novembro de 2008

Quebrando a (auto)promessa

Quem nunca quebrou uma promessa atire a primeira pedra...
Tinha prometido a mim mesmo voltar a escrever aqui só em janeiro! Mas, como vocês podem ver, não cumpri.
Quem me dera fosse essa a única (auto)promessa que eu não tivesse cumprido. Talvez estaria num estado much more dinâmico.
Prometi me atinar, prometi me esforçar, prometi me comprometer... Mas falta estímulo pra isso tudo. Apesar de dormir, em média, cinco horas de sono por noite, se eu pudesse, passaria minha vida inteira dormindo. Na verdade "dormindo". Chamaria de um estado intermediário entre estar dormindo e estar desperto, não sei explicar ao certo. Mas é aquilo de olhar sem estar olhando, ter uma redução considerável dos sentidos e ficar num estado meio zumbi.
Mas é engraçada essa tal falta de estímulo. A gente luta, luta, rala, rala, se esforça, se esforça. Até aí tudo bem, tudo lindo, tudo até louvável. Mas, se você para de repente e não acha porquê pra tudo que tá fazendo, tudo fica automaticamente vago e inútil. E é isso que me falta agora. Um porquê.
Não um motivo besta do tipo "ah, to fazendo pra terminar e ter feito". Ok, terminar e ter feito, pra depois?... Pra depois o que? É esquisito. Na verdade seria desesperador caso eu tivesse o mau hábito de me desesperar. Mas enfim...
Hoje, na minha vida, tá tudo muito disforme. Acho que foi esse ano como um todo. Ele foi muito disforme! Parando pra avaliar as coisas de maneira racional, tenho até idéia do que fazer. Mas na hora de "colocar a mão na massa"... Puf... Tudo que é energia se esvai... E faço o mínimo possível pra manter as engrenagens da minha vida rodando. Só pra ela não parar e entrar em parafuso. Já anda tão bagunçada pra eu dar uma louca dessa e parar com tudo. Mas Às vezes eu tenho vontade de parar...
Mas também às vezes eu tenho vontade de fazer tudo de uma vez, exemplarmente. E ocilando nesses dois extremos eu vou levando tudo. Tudo não, quase tudo. Quando envolve diretamente outras pessoas eu tento tomar um cuidado maior. Afinal, são outras pessoas, né? Ninguém tem culpa dos meus conflitos internos esquisitos. Não é justo.
Falando em justiça, esse é um dos poucos fatores que me estimulam. E acho que o que me desestimula, no final das contas, é que os resultados de praticamente tudo que eu faço virão a longo prazo. Tudo parece estar muito distante. Mas certas necessidades surgem agora! E pro agora o que eu faço? Pensar no agora ou no futuro. Daí começo a pensar, pensar, pensar...
Aliás, começava a pensar, pensar, pensar... Agora eu "mudo de assunto". Vou pensar em qualquer coisa mais leve ou que não entre nesses méritos filosóficos de meu ser.
O mais estranho é saber o que fazer e simplesmente não fazer. Cada dia é uma luta... Confesso que a maioria das batalhas tenho perdido... Mas garanto que, essa guerra, eu ganho!
Ano que vem que me aguarde...

Listening: Faust Arp - Radiohead.

A propósito! Radiohead no Brasil ano que vem (já) é um grande estímulo pra qualquer coisa!

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Narração II

            Tinha eu cinqüenta anos de idade. Aparentava um pouco menos, talvez 38.  Tinha filhos. Não mais esposa. Onde estava ela? Morta e enterrada. Assim como eu estarei até o fim deste conto, senhor leitor. Mas vamos por partes.
            Três eram meus filhos: Rodrigo, o varão mercenário. Era meu primogênito. Rui, o rapaz sentimental. Sentimental a ponto que desconfiássemos de sua virilidade. Rubens era meu caçula, um rapaz robusto, porém pouco inteligente. Os três nunca se deram bem, desde a infância. E tal desentendimento se prolongou por toda vida.
            Vivíamos num matadouro. O lugar, senhor leitor, nem queira imaginar como é. Havia sangue quente espalhado pelo chão, animais gritando em agonia, moscas varejeiras por todo lugar. O visual era o mais chocante: animais abatidos pendurados, alguns dilacerados, outros com aparência de vivos e olhos brilhantes apesar de mortos. O cheiro de carniça no ambiente era uma constante. Havia lá, no matadouro, além dos currais, chiqueiros, onde porcos exalavam todo seu mau cheiro em lindos dias de sol escaldante. Situávamo-nos no interior do nordeste.
            E dessa forma, vivíamos felizes e contentes, como o senhor leitor poderia imaginar. Pois só imaginar. Com filhos de personalidade tão diferentes era impossível vivermos felizes. A começar por Rui, que achava um absurdo vivermos explorando a vida de seres inocentes. O senhor leitor não acredita o quanto ele era insistente quanto a isso. Não trabalhava conosco no matadouro. Ficava sempre dentro de casa ajudando sua mãe. Talvez daí venha todo seu sentimentalismo. Rodrigo não via animais no matadouro, via cédulas. Cada um era uma cédula de maior ou menor valor, de acordo com sua perspectiva de trabalho. Ele realmente entendia de abatedouros. Sempre estava acompanhado por Rubens que era seu braço direito. Na verdade Rubens era praticamente seus membros. Este cuidava de todo o trabalho pesado sozinho. Não era lá muito inteligente, e admirava o irmão que parecia sê-lo.
            Na verdade nunca me envolvi com meus filhos verdadeiramente, senhor leitor. Não participei de sua formação, apenas os assisti crescer e se tornar o que a vida e eles quiseram. Talvez esteja aí o ponto chave do problema. Achava que meu pai o tinha feito demais, me forçando a trabalhar nesse matadouro, e forçando a ser o que ele queria que eu fosse. E ele conseguiu. Mas eu não, eu não iria perpetuar isso. Talvez tenha levado isso demasiadamente a sério. Morri por causa disso. Contudo, morri satisfeito comigo mesmo, apesar de ter sido das piores pessoas que já vi. Já deve estar se perguntando como morri, não é mesmo, senhor leitor? Saiba que minha morte foi digna de cinema, com cenas surpreendentes e visual estonteante.
            Minha morte começou com a morte de minha esposa. Ela era minha companheira. Sempre quieta e calada, mas ali, do meu lado a todo tempo, sem nunca reclamar, se exaltar ou qualquer coisa assim. Se ela me amava eu não sei, mas ao menos me respeitava. E isso era o que eu admirava naquela mulher. Sempre calada, prestativa, presente, cuidadosa e atenciosa. Era quase a imagem de uma santa, ali, bela e quase sempre imóvel, olhando de maneira tão doce que chegava a constranger. Como uma pessoa que passou tudo o que ela havia passado ainda conseguia manter tal olhar sereno? Mistério.
Ela morreu de um ataque fulminante do coração. Até hoje não sei ao certo. Sei que ali morri junto. Tornei-me uma pessoa sem memória, sem passado, sem história e sem saudade. E uma pessoa só, apesar da companhia de meus filhos. Estes, com a morte da mãe, enlouqueceram. O senhor leitor deve imaginar o que é para um filho perder a mãe, não? Isso ao invés de uni-los, só piorou o convívio. Entretanto, o mais sentido com tudo era o que menos falava.
Rui viu a mãe morrer aos seus pés, como uma flor que murchava repentinamente na frente de um florista sem água para regá-la. Foi essa a sensação que ele sentiu. Na verdade ele nunca saberia descrever tal sensação, nem mesmo eu, mas a morte nos dá certa visão das coisas. Rui não comia, não dormia, vivia perambulando como um zumbi. Aparência magra, amarelado, olhos fundos e uma tristeza contagiante no olhar. Não existia a possibilidade de olhá-lo e não sentir um vazio sufocante. Ele não falava mais com ninguém. As únicas coisas que fazia era o que sua mãe fazia. Cuidava da casa, da cozinha, da comida, sempre com o ar morto, como a mãe.
Eu não conseguia me preocupar. Na verdade eu não conseguia sentir absolutamente nada. Rodrigo foi o que mais se desesperou, mas o que melhor aceitou o fato com o tempo. Tudo isso era complexo demais para que Rubens pudesse entender as proporções reais. Ele se desesperou como o irmão, mas foi um desespero sem sentido, sem o mínimo de razão. Ele só colocou o vazio que todos sentíamos para fora. E sentia saudades. Saudade da comida, da organização perfeita da casa, da prestatividade da mãe.
Tudo perdera sentido dentro daquela casa. Eu não sabia porquê matava os animais, Rodrigo não sabia porquê ou para que ganhar dinheiro, Rubens não sabia porque trabalhar tanto. Mas Rui era o pior: não sabia nada. Não se importava com nada. E assim a vida o arrastou durante oito anos. Oito anos que pareceram oitocentos. Mas um fato trágico deu uma reviravolta em toda essa situação.
Um dia qualquer, quando eu estava tirando o couro de um garrote, que morreu de não sei o quê, Rui vinha com o bule e xícaras para nos trazer café. Ainda com seu ar mórbido, me serviu sem sequer olhar ao redor. Serviu Rubens e Rodrigo em seguida. Rodrigo traga o café e diz:
- Essa porcaria de café tá fraco! Tá horrível, não vou beber isso. E em um acesso de fúria joga o café quente no rosto de Rui.
Rubens começa a rir desesperadamente até notar que o clima não era propício para tal reação.
- Vou lá pegar aquele tronco que você pediu, Rodrigo.
Rui está estático com o bule na mão. Eu assistia tudo a de camarote, sem entender o que estava acontecendo. Rui e Rodrigo se olharam durante alguns segundos que pareceram durar uma vida, quando, de repente, Rui segurando a alça do bule, lhe acertou um golpe com o objeto em sentido horizontal, para ser mais específico, da direita para a esquerda, que acertou o olho de Rodrigo. Senhor leitor, eu não gostaria de ter tomado tal golpe. Não foi um golpe por um simples motivo. Foi um golpe de revolta, de raiva, de remorso, de todo o sofrimento que o irmão causara ao outro durante toda a sua vida. Foi um golpe que o coração controlou não a mão ou o braço. Foi algo que veio dentro de sua alma, algo que o trouxe de volta à vida por alguns milésimos de segundo. Ele precisava disso. Isso precisava dele.
E, pela primeira vez em oito anos, vi um resquício de vida no garoto: um esboço de sorriso amarelo, fraco e desastrado. Isso me tocou de alguma forma. De uma forma estranha, que fez sentir algo que eu nunca havia sentido em toda minha vida. Não sei dizer se foi bom ou ruim, senhor leitor, e não há sensação pior do que não saber direito o que se está sentindo. Mas não há sensação melhor do que sentir. E estava eu lá, no meio desse paradoxo de sentimentos, vendo Rodrigo caído no chão, com o rosto escorrendo sangue.
O sangue de Rodrigo se misturava com o sangue do boi que eu tirava a pele, gerando um cheiro que nunca exalara naquele ambiente. Lidamos com sangue toda a vida e nunca tínhamos sentido o cheiro de sangue humano. Talvez não exatamente isso, talvez o cheiro de sangue humano misturado com sangue animal. Rui sentia-se satisfeito ao ver o irmão Rodrigo, abatido como um boi, coisa que ele abominou por toda a vida. Rodrigo estava lá no chão, sangrando, como todos os animais que ele abatera. Quem abatia, agora fazia parte do abate. E isso causou uma felicidade cruel em Rui, que há muito não sabia o que era felicidade.
Rubens voltava calmamente de onde estava quando se deparou com a seguinte cena: Rodrigo, no chão, caído desajeitadamente, por cima dos próprios braços, com uma poça de sangue ao redor de seu corpo, que ao ver de Rubens, já era um cadáver. Rui estava com o bule na mão, e este estava amassado e sujo de café. Havia manchas de café e sangue em sua roupa e aquele maldito esboço de sorriso em seu rosto. O olhar era um misto de felicidade e vingança, com leves pitadas de diversão em ver o irmão caído. Eu estava estático, com uma faca suja de sangue já escorregando pelos dedos. Estava à meia distância, o que proporcionava uma boa visão dos três ao mesmo tempo, sem precisar mexer a cabeça para vê-los, como um quadro.
E este seria um dos quadros mais belos e humanos do mundo. O ar de vingança e felicidade de Rui, a feição desesperada de Rubens e a situação trágica a qual Rodrigo era protagonista: a humanidade ali, nua e crua.
Rubens, ao ver tudo isso, foi se aproximando lentamente de Rui, com o receio que o desespero causa, e com o choque que a visão proporciona. Parou defronte ao irmão e gritou como nunca havia gritado antes:
- O que aconteceu?! Por que você fez isso?! Você tá louco?!
E Rui ainda estático, sem olhar o irmão, só conseguia pensar em como o irmão, que não tinha uma inteligência tão apurada, tinha certeza que ele dera o bendito golpe em Rodrigo.
Depois desse transe, guardei minha faca na cintura do avental e comecei a caminhar rumo ao local onde estava Rui estático, Rubens exaltado e Rodrigo desmaiado. Enquanto me aproximava do local, vi que Rodrigo começou a fazer movimentos inibidos, voltando à consciência. Num estalo, resolvi ajudá-lo a levantar. Ele levantou zonzo, sem saber o que estava acontecendo. Ao ver o irmão, me atacou, pegou a faca que estava em minha cintura (o senhor leitor não sabe o quão grande e afiada era essa faca) e foi de encontro ao irmão, numa velocidade e fúria jamais vista.
Consegui, não sei como, me colocar a frente de Rui antes de Rodrigo, que vinha armado e com os olhos em chama. Ele empurrou Rubens e esgoelou:
- Sai daí! Eu vou matar esse desgraçado!
- Você tá enlouquecido de raiva! Se acalma! Larga essa faca! – disse eu, num súbito ato digno e justiceiro.
            Rui continuava estático e Rubens só assistia ao diálogo gritado e assustador, quando Rui gritou, de forma dura e prolongada, num rasgo de fúria:
            - Sai!
            Durante esse grito, atacou com toda a força e raiva do mundo o irmão. Eu não me movi e recebi a facada no lugar de Rui. A faca entrou abaixo do osso do meu ombro, acima do peito. O sangue jorrava como um chafariz. Rodrigo se desesperou, largou a faca e ajoelhou sobre mim, que já estava caído no chão nesse momento. O sangue jorrou em sua face, que ficou completamente vermelha.
            O mais assustador, senhor leitor, é que não senti dor alguma. Caí por vertigem, uma fraqueza instantânea que me puxou vagarosamente ao chão. Como Romeu, em Romeu e Julieta, morri vagarosamente, como se estivesse dormindo, esperando encontrar meu amor na vida pós-morte. Mas meu amor não era uma pessoa ou mesmo minha esposa. Meu amor era o amor em si, o sentimento que eu nunca sentira na vida e desejava de corpo e alma sentir após a morte. Talvez essa fosse exatamente a única solução para que eu pudesse encontrá-lo.
            Rubens se debruçou chorando sobre meu corpo, e Rodrigo gritava desesperadamente. Gritava coisas estranhas, sem sentido, talvez não fossem nem palavras, mas gritava. Gritava para liberar sua loucura.
            O fato mais estranho foi que, até o meu falecimento, não vi o filho pelo qual dei a vida. Mas me senti importante. Importante por ter salvado a vida de alguém, já que a minha vida tinha valido muito pouco e eu nunca tinha feito nada de importante. Irônico pensar que o primeiro ato que eu realmente julguei importante na vida foi exatamente o ato de findá-la por alguém.
            E assim, senhor leitor, acabou-se uma família que na verdade nunca existiu realmente. Todo o acontecido no dia de minha morte foi apenas vontades de vidas inteiras colocadas em prática. Tanto o meu feito nobre, quanto a vingança do irmão reprimido e até mesmo a tentativa de assassinato do irmão que reprimia. Na verdade Rodrigo apenas queria que a mãe lhe desse tanta atenção quanto dava a Rui. Rui queria que sua mãe nunca saísse de perto dele. Rubens queria ser como o irmão mais velho e por isso, fazia tudo o que ele queria, com a esperança de que conseguiria se tornar ele. Eu, que não queria nada. Na verdade, queria alguma coisa, que algo importante acontecesse. Minha esposa foi a única que não compartilhava desses sentimentos mesquinhos e humanos. Talvez ela nem fosse de fato humana.
            E assim, senhor leitor, acabou essa suposta família. O homem destrói o homem pelo simples fato de ser homem.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Momento Retrógrado

Em seus braços, abrigo.
Em seus lábios, perdição.
Em seus olhos, alma.
Em seu corpo, calor intenso.
Mas em seu coração, tudo. Simplesmente tudo.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

As pessoas valem a pena (bem, pelo menos parte delas)

Um dia desses estava papiando por aí sobre sorte.
Nunca tive sorte no jogo... No amor, nem se fala. Daí eu fiquei pensando "droga, logo eu que acredito em sorte não tenho sorte com nada?". Que o quê! (como diria meu melhor amigo). Tem uma coisa que eu tenho sorte, e muita... Com as pessoas!
Há vezes que paro pra pensar e chego a me assustar... É tanta gente bacana que cai de pára-quedas na minha vida. Mesmo quando eu não era lá muito receptivo com as pessoas, algumas conseguiram transpor uma barreira instransponível e fazem parte da minha vida até outras. De uns tempos pra cá, já um ser humano civilizado e sociável, a coisa só vem melhorando. Por mais que apareça gente estranha e não das mais agradáveis, as especiais vem e ficam. É lindo!
Claro que estas não são tantas. Na verdade, as minhas são sim. Muita gente especial, muita gente bacana de verdade.
Tá, que nessa de bacana de verdade eu já quebrei a cara muito feio. Entretanto é melhor arriscar tendo a possibilidade de ganhar do que nem tentar se resguardando na impossibilidade de que qualquer coisa aconteça (experiência própria).
E são essas as pessoas que valem a pena. Sobretudo as que são elas mesmas, com defeitos, qualidades, e o que mais tiver de ter. É incrível como eu me agrado com qualquer coisa que se faça em conjunto. Exemplo banal: Meu videogame fica dias em casa, sem sequer ser ligado. Mas é só aparecer alguém que eu sei que jogue videogame que eu fico louco pra jogar com a pessoa. em grupo é tudo mais legal (não levem pro lado da maldade).
Esse post surgiu com a queda de uma ficha depois da tal conversa com a tal pessoa. Será que eu to aproveitando a presença dessas pessoas na minha vida? Digamos que sim, em se tratando das que consigo notar como especiais. Mas algumas tem o dom de se manterem na espreita, escondidinhas, e de repente, quando você mais precisa delas, puf... Ela se mostra! E você fica se perguntando "Gente, como foi que nunca notei o quanto fulano é legal?"
Acho que todo mundo já passou por isso. Tá, to me baseando em mim pra falar, porque já me aconteceu muito! Muito mesmo.
Mas sempre tem aquelas pessoas com aquelas má qualidades... Porém ninguém é de todo ruim... O que siginifica que ela pode não te agradar, mas ser um doce com alguma outra pessoa! Vai entender...
É isso. Prestem bem atenção nas pessoas especiais à sua volta. Façam com que elas os percebam como especiais também. E desfrutem. Nada é melhor do que uma boa pessoa nesse mundo.

Saudações.

domingo, 7 de setembro de 2008

Feliz por ficar triste

Declaração paradoxal de alguém que passou anos a fio sem sentir: feliz por estar triste.
Nesses vários anos muita coisa passou pela minha cabeça, aspectos físicos, psicológicos, patológicos, espirituais... E nada. Nunca tive uma resposta. Nunca vou ter.
Nesse meio tempo da minha vida (uns quatro anos) eu desenvolvi uma teoria louca: a dos sentimentos racionais. É bem simples, não sei se acontece só comigo (sinceramente espero que não), mas eu ficava desesperado por não sentir nada. NADA. Quando digo nada parece exagero. De fato é, mas numa pequena fase mais crítica era o que acontecia. Enfim, como ficar desesperado por estar sentindo nada se desespero é um sentimento? É o que chamo de sentimento racional. Ele não parte do emocional, ele parte da razão. Como ficar preocupado. Não se fica preocupado por nada não concreto. Mas eu fico triste por coisas nada concretas. Feliz também... Irritado... Sem motivo algum. Loucura minha, né? Espero que ainda não seja caso de hospício.
Pois bem, tendo por base toda essa situação adversa de não sentir, qualquer ponta de sentimento acalma, independentemente de ser um sentimento bom ou ruim... Só de sentir eu já ficava despreocupado... Acabava ficando feliz por estar triste. Mas na verdade essa é uma forma simplista e pouco analítica de ver as coisas. Eu ficava feliz por sentir.
Hoje eu sinto... Talvez não tanto quanto uma "pessoa normal"... Acho que não sentir é um mecanismo de defesa do meu cérebro, talvez eu não tenha força pra aguentar tudo. Talvez na verdade, essa seja minha força, me abster das emoções. Mas que isso é perigoso, pode ter certeza que sim.
Ontem, antes de dormir, bateu uma tristeza repentina e horrível. Fazia tempo que não ficava triste assim. Triste mesmo, com todo o toque de melancolia da coisa. Daí eu fiquei lembrando de como era não sentir... E fiquei feliz, vejam só. Pelo menos eu sei que agora a vida não me arrasta por seus caminhos como a um objeto qualquer, que não sente nada. Agora eu sei que ela me machuca, e que consequentemente, pode me agraciar com tudo de bom que ela pode me oferecer. Na verdade ela até tem me agraciado, falando mais justamente. Eu andava bem, sentindo coisas boas! Agora estou sentindo coisas não boas (não gosto de usar ruim, soa muito pesado). Agora sim, eu sou alguém. E tenho a maior convicção disso.
Motivos os quais me deixaram triste? Se alguém souber me conta, ok? Os que sei não posso contar... Se contasse também, ninguém ia gostar de ouvir! (No caso, ler). Mas motivos que poderia deixar qualquer pessoa triste. Só isso já basta, só isso já me rende um post dos menos interessantes aqui.

Thom Yorke acabou de me dar a letra aqui:

"Take me with you
Dedicated to all your
HUMAN BEINGS"


Nada mais cabível pro post. Tava escutando agora, juro pra vocês.
Enfim, é isso. Mesmo que seja coisas desagradáveis, agradeçam por sentir... Se um dia não sentirem vão saber porquê.

Saudações.

sábado, 30 de agosto de 2008

We hide tonight....

É engraçada a repentina falta de criatividade que me dá quando abro a janela de atualização do blogspot. Penso em um milhão de idéias, e em como desenvolvê-las aqui, mas justo quando abro essa janela tudo se esvai.
Não ando bem... Nem fisicamente, nem psicologicamente, nem socialmente, nada. Tudo tá bem mais ou menos. Estranho. Sempre nessa época do ano dá umas coisas assim... Daí eu fico me perguntando "será que sou eu o problema?"
Mas enfim, hoje eu não to afim de falar de coisas profundas e entristecedoras... No máximo de aflições. Delas eu gosto.
Aflições te levam a alguma atitude. As coisas tristes não te levam a lugar algum. As profundas a muitos lugares. Mas a aflição é especial, faz a pessoa se mover, faz a pessoa dar um jeito na situação (ou não). Quando você está aflito, corre atrás das coisas e resolve logo. Mas quando não há o que fazer ou do que correr atrás, ela vira um inimigo cruel. Cansei de despertar do meu escasso sono do nada por pura aflição. E elas vem (aderindo à reforma ortográfica) de repente, como uma flechada, causando um frio estarrecedor no estômago e uma abertura instantânea e automática dos olhos. De estômago gelado e olhos arregalados, todos estamos prontos para nos afligirmos.
Tenho mania de ficar de olhos abertos no escuro. Mas o que eu não entendo bem é que, para andar, eu sou totalmente inseguro, e, sendo assim, eu fecho os olhos para andar no escuro. Mas quando me deito a vontade que tenho é de mantê-los abertos. Como sempre, sôo como o "do contra", querendo tudo ao contrário. Mas, sinceramente, algumas idéias ficam mais claras no escuro. E o tato parece ser mais preciso quando se tem certeza de que não se está a enxergar (sim, eu tateio tudo e todos).
Mas o que eu acho mais interessante no escuro é que qualquer incidência de luz faz uma brutal diferença. Aliás, não diria brutal, não é esse o melhor adjetivo pra coisa. Eu diria anormal. Uma anormal diferença. E essas incidências de luz são tão pequenas que, ao ofuscar nossa visão, formam diversas e pequenas formas geométricas que não existem. Mas elas estão ali, na sua frente. Andam de um lado para o outro, de cima para baixo. Fazendo voltas, piruetas, e depois de toda a majestosa dança, sumindo. Provavelmente voltando de onde vieram. De onde vieram?
Desde a infância eu me encanto com essas formas de cores variadas. Lembro que ficava olhando para a luz fixamente só para vê-las (forma forçada de produzí-las). Elas sempre estavam à meia distância, se mexendo em todas as dimensões e tentando me dizer algo. E algumas vezes elas me deram respostas... Respostas melhores do que as que qualquer um teria capacidade de me dar, fazendo assim com que dormisse em paz.
Mas hoje, nem essas coisas coloridas podem me ajudar. Hoje a aflição ganhou a batalha. Na verdade está prestes a ganhar a guerra, e tomar conta de mim. Mas eu sou forte. E eu vou vencer a guerra contra o que é contra mim. Palavra.
Enquanto isso eu vou levando. Vou me arrastando nessa rotina que tem exigido mais de mim do que eu posso dar. Esta aí uma das provas de minha força. Eu sigo com toda ética do mundo, e claro, com o mínimo de moral possível. Moral é ruim. Moral molda pessoas pré-prontas. Na verdade, pessoas pré-prontas hipócritas, detestáveis e, sobretudo, anti-éticas. Vezes até imorais.
Para mim, ética é colocar sua cabeça no travesseiro sem sentir que ele afundou demais. É ter a certeza de que você está se doando verdadeiramente a algo, sem se omitir da SUA vida para mostrar sua vida IMAGINÁRIA para os outros. Aquele retratinho capenga de pessoa, que na verdade não acredita em metade do que lhe é doutrinado. Mas que finge acreditar para manter a moral e os bons costumes.
Bem, comigo isso não dá muito certo, então... Apelo para ética, aquilo que é intrínseco, intrasferível e puro. Só que certas vezes ser ético aflige.... Paciência.

Saudações.

Fitter, happier


Fitter, happier, more productive,
Comfortable, not drinking too much,
Regular exercise at the gym
(3 days a week),
Getting on better with your associate employee contemporaries
At ease, eating well (no more microwave dinners and saturated fats),
A patient better driver, a safer car (baby smiling in back seat),
Sleeping well (no bad dreams),
No paranoia, careful to all animals (never washing spiders down the plughole),
Keep in contact with old friends (enjoy a drink now and then),
Will frequently check credit at (moral) bank (hole in the wall),
Favors for favors, fond but not in love,
Charity standing orders, on Sundays ring road supermarket (no killing moths or putting boiling water on the ants),
Car wash (also on Sundays),
No longer afraid of the dark or midday shadows
Nothing so ridiculously teenage and desperate,
Nothing so childish - at a better pace,
Slower and more calculated,
No chance of escape,
Now self-employed, concerned (but powerless),
An empowered and informed member of society (pragmatism not idealism),
Will not cry in public,less chance of illness,
Tires that grip in the wet (shot of baby strapped in back seat),
A good memory, still cries at a good film,
Still kisses with saliva, no longer empty and frantic
Like a cat tied to a stick, that's driven into frozen winter shit (the ability to laugh at weakness),
Calm, fitter, healthier and more productive
A pig in a cage on antibiotics.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Avert the children's eyes...

O que é bom mas não é nosso é ruim? Indagação que me ocorreu.
Indagação a qual, na verdade, eu tenho resposta. Bem, eu tenho a MINHA resposta.
É engraçado que pra quase tudo tem um ditado popular. O desse post vai ser "quem desdenha quer comprar". Muitas e muitas pessoas por aí desprezam o que é dos outros com o mais profundo desejo de que fosse seu. Eu acho isso feio. Mesmo que eu tenha desejo que seja meu, eu não chego a desprezar... No geral até elogio. Mas sempre tem um mané pra agir soberbamente em cima disso. Então, elogios sempre saem comedidos da minha boca.
Até aí tudo muito bem, tudo muito lindo. Mas quando o que você quer é único e é do outro, como agir? Aí se cria um problema. E um dos grandes. Daqueles que te tiram a paz na hora de dormir, que só de lembrar você já desperta totalmente e demora horas e horas pra dormir.
O maior problema é possessão com o que não se possede: pessoas. Você queria porque queria fulana, mas ele já é de outro. Ela é de outro o caramba. Ela tá com outro porque ELA quer. E se é uma decisão individual, ela não pode ser rebaixada a "algo dele". Talvez as pessoas façam isso por não conseguirem lidar com o fato de que não são elas as que estão lá, junto de alguém.
Mas eu... Eu não... Eu coloco isso em mente e tudo flui naturalmente. Muito naturalmente. Mas até onde um terceiro interfere nessa história toda da posse? Complicado.
Daí eu vejo aqueles caras falando "eu vou fazer ela terminar com ele e ficar comigo". Tudo bem, ele pode até conseguir. Mas da mesma forma que ele faz isso, alguém, algum dia, pode fazer com ele, em se tratando da mesma donzela. Daí vem a pergunta: vale a pena? Depende. Depende do que você quer. Se você só quer "curtir" como dizem, vai fundo... Se não... Better be quieter and calmer...
É bom de vez enquanto ser duro consigo mesmo, vale a pena.
Essa situação toda é algo que sempre me perseguiu... Grande parte das meninas que eu já me interessei na vida eram comprometidas... Já estive dos dois lados das situações supracitadas. Graças a isso hoje eu tenho a calma de me resguardar. Se a pessoa um dia quiser e puder me notar, ótimo, se não... Eu interiorizo isso tudo até passar, ou até morrer, quem sabe? Na verdade sempre passou e nunca morri, mas ainda sinto que muita coisa está por vir. Quando digo muita, é muita mesmo!
Eu e meus posts abstratos... Acho que é por isso que não tenho leitores assíduos!
Mas sei lá... Talvez alguém algum dia leia e entenda... daí isso tudo (blog) vai ter servido pra alguma coisa. Nem que for pra, mesmo que eu nunca saiba, constatar que eu não estou sozinho.
Ninguém está...

Saudações.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Hallo

Qual o propósito de um blog que ninguém comenta (consequentemente, ninguém lê...)
Apesar dessa ser a situação do meu, não pergunte a mim, não sei a resposta... Quando souber eu posto aqui...

Acho que essa segurança de falar só desabafando pro mundo é bizarra... É meio que uma forma de enganar a si mesmo. Mas quem liga, já dizia Renato Russo "A felicidade é uma mentira; e a mentira é a salvação".

Vida de volta à ativa, coisa linda de Jesus. Aulas enlouquecidas como nunca, acho que é a primeira vez na vida que vou precisar estudar de verdade e dizer de consciência leve por aí que sou "estudante". Afinal, alguns tomam isso até como profissão... It is the 21st century.

Pois bem... Ando muito bem! Iniciei nos últimos tempos atividades físicas regulares orientadas por profissionais (lê-se musculação) e me sinto muito melhor fisicamente. Inclusive a qualidade do meu sono aumentou consideravelmente, o que me dá (literalmente) energia pra poder encarar a vida tète-à-tète.

Ai ai... Essa vida de adulto, a gente quer fazer tudo e não tem tempo pra nada. Mas é assim mesmo, como diriam os mais pessimistas "depois piora".

Atualmente nada me aflinge. Acho que porque eu ando bem mais retraído. Tenho fugido do mundo. Das pessoas na verdade. Estas sim são perigosas. Pois é, tenho sutilmente me esquivado delas e a cada tentativa de reaproximação tenho mais vontade de me afastar.
Mas pessoas são necessárias, e blá blá blá blá, ninguém vive só, blá blá blá. Eu não vivo só porque elas não saem da minha vida. Poucas são as que valem a pena ter por perto, o resto a gente dá um jeito.

Antes que alguém (?) pergunte, sim, eu tenho tendências e crises anti-social. Esta é uma bem amena, porém a mais eficaz dos últimos... 19 anos?

Mas apesar desse teor anti-social, minha esperança pelas pessoas não morreu nem vai morrer. Então, se acreditam (?³) em alguém, lutem. Lutar é a alma do negócio.

Off Topic: Parabéns ao Azerbaijão por estar na frente do Brasil no quadro de medalhas das Olimpíadas!

Saudações.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Matando as saudades

Sim, estou aqui pra matar as saudades desse negócio (blog)... Faz um bom tempinho que não venho aqui. Engraçado que, quando eu tinha fotolog, não sentia saudades... Daí só uma coisa me leva a um porquê: talvez o fato de não gostar de fotos...

Mas enfim... Nada de coisas pesadas/ carregadas... Nos últimos tempos tenho estado leve... Na verdade não tem sobrado muito tempo pra me preocupar com as coisas pesadas e frustrantes da vida. Não muito. O Cansaço tem vencido a batalha diária da vida. O sono também!

Mas daí já me vem a frustração da falta de tempo. Mas esse, dos males, é sem sobra de dúvidas o menos pior. Sou da geração que é apressadinha desde a parte de ser gerados até a parte de gerar os nossos. Lamentável. Mas afinal, quem é satisfeito com a própria rotina. Nunca vi ninguém na vida.

Sempre falta tempo pra isso ou praquilo outro. Sempre tem algo bom que queria fazer, mas que não sobra aquele tempinho necessário. Mas com um joguinho de cintura a gente vai dando um jeitinho em tudo e vai fazendo pouco a pouco tudo o que precisa ser feito.

Fato lamentável número dois: a capacidade que as pessoas tem de tirar dinheiro das mazelas das outras pessoas. Tudo é motivo pra tirar dinheiro de alguém... Ás vezes tenho a sensação asquerosa de que tudo nesse mundo é por grana. O que me agonia mais é o fato de quase tudo comprovar isso! Oo Generalismo? Talvez, mas... Como gosto de dizer, se discorda atire a primeira pedra. (hoje estou no campo universal, não no pessoal). Voltando: agora se vê por aí cursos profissionalizantes (!?) de "Como administrar seu tempo". Será que funciona? Me gratifico com o benefício da dúvida, afinal, gastar dinheiro com isso é que eu não vou.

Mas ainda tem a arte. Apesar dos pesares, atividades artísticas (amadoras, sobre tudo) não visam (tanto) o lucro. Até porque se visasse ninguém faria, que dá muito mais "prejuízo" do que lucro. Mas nós, envolvidos com arte, chamamos esse "prejuízo" de investimento. E o que temos de retorno é mais fabuloso do que qualquer coisa que dinheiro possa comprar. Isso não tem quem me tire da cabeça!

Arte é vida!^^

Eu tava relendo por cima aqui o que escrevi... É fantástica a capacidade do ser humano de pensar um milhão de coisas... Em poucos parágrafos falei das mais variadas coisas sem nem fazer esforço. E poderia criar mais e mais parágrafos oriundos do que já foi escrito ali em cima. Ou mesmo oriundo do que está sendo escrito nele (como minha afeição pela palavra "Oriundo" e algumas outras palavras... Mas isso fica pra outro post). Essa dinamicidade do cérebro (pelo menos do meu) exige uma vida dinâmica. Daí eu venho e me ocupo todo e fico reclamando de não ter tempo.

Na verdade acho que todo mundo é assim. Não se tem tempo, mas se houvesse de sobra, enlouqueceria, como eu enlouqueço depois de três semanas desativas. Ninguém aguenta a monotonia de viver sem um objetevito imediato não. Ainda mais que esse objetivo imediato remete aos objetivos futuros (ou, se preferirem, Sonhos). Então, no fim das contas, não ter tempo é legal. Pior é ter de sobra. O ideal é o equilíbrio. Mas esse equilíbrio é tão tão abstrato, que prefiro encerrar por aqui. ^^

Saudações.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Mais oui...

Muito bom... Eu sabia que um blog me seria útil. Não tem válvula de escape melhor! Quando meu ser está pela tampa eu venho e descarrego aqui. Mas essa válvula tem uma similiariedade com a droga: seu efeito vai diminuindo a cada dia, e você acaba por precisar de mais e mais num menor espaço de tempo.


Na realidade esse negócio só me é viável pelo fato de eu me expressar mais confortavelmente escrevendo.
Não tem olho no olho, não tem gagueira, não tem que correr contra o tempo, não tem elementos externos influenciando. Só tem teclado, monitor, meus pensamentos e eu.



Queria eu poder dissolver tudo que é problema via carta, e-mail, IM, blog, o que fosse. Um terço das minhas preocupações e hesitações seriam extintas. Fora que as consequências, sejam elas quais for, são retardadas, o que te dá mais tempo pra pensar em como agir. É explendido, frio e impessoal.



Entretanto, existe todo aquele lado ruim da compreensão individual, que as pessoas entendem como querem e etc. Aíh já não é mais problema meu... Pra evitar esse tipo de problema, nada de subjetividade. Ser direto, objetivo e seco, como tal meio de comunicação demanda. Não gosto de deixar espaço pra más interpretações, o que não signifca que eu anule o espaço para reflexões. Reflexão é tudo nessa vida.



Como me coçam os dedos pra desabafar tudo que eu penso de determinadas pessoas escrevendo. A moral e o social sempre vencem, e acaba-se por não fazer o que se quer. E ai de quem sair da linha, é represália em cima de represália. Um bom exercício pro pouco auto-controle que me resta.



Mas agora estou aqui, falando de coisas que, na verdade, não são as que me afligem. Porém só por falar, as coisas melhoram.



Moral e ética são coisas complicadas (e esse é o drama do falar e não falar). Por um lado você pensa no que vão pensar de você (e digam o que disserem, isso é mais importante do que quase tudo nesse mundo) e pelo outro lado você pensa em si mesmo. E aí? Descarregar e ver qual é a reação da pessoa, a ponto de você colocar em prática sua única e miúda esperança do que você quer que aconteça acontecer? Ou se resguardar para que não espante a outra pessoa que pensará mal de você, estraçalhando esse resquício de esperança e tocando sua vida como se nada tivesse acontecido e tudo fosse belo? No geral a segunda opção é a mais bem aceita, mas a priemeira é que a mais me chama atenção.



Se tem uma coisa que a vida me ensinou é que se eu não pensar em mim, ninguém mais vai pensar! Por muito tempo achei totalmente egoísta dizer isso e até hoje me soa mesquinho, mas é a mais dura realidade. Como descubrir isso? Tenta colocar todo mundo em primeiro plano? Qualquer um nota em pouco tempo...



O interessante é que quando se tem a atitude de colocar alguém em primeiro plano, é porque você quer ser colocado em primeiro plano por esta pessoa. Mas o acontece é que você a coloca em primeiro plano e e ela também se coloca em primeiro plano... Bom pra ela, ruim pra você. In this wild world, who can survive is a victorious!

Enfim, me segurarei o quanto puder e enquanto quiser... No resto a vida dá um jeito (ou não).

Saudações.

sábado, 24 de maio de 2008

Transferindo o blog

Pois bem, me rendi ao bendito blogspot! A Google vence novamente...
O que me trouxe? Praticidade... Os fiéis usuários talvez não saibam por quê... Mas quem quiser arriscar, tenta outro domínio... Saberão numa facilidade incrível...

A gente cansa, né? Como todo bom taurino, além da devoção à praticidade somos muito ligados à perseverança... Mas algumas coisas acabam por derrubá-la... Na verdade não coisas (nunca coisas), mas pessoas. Coisas da vida? Who knows...

E quando a gente tenta de todas as maneiras? Bate de frente, abaixa a cabeça, ignora, abstrai, finge que não aconteceu nada, senta e tenta conversar... Daí você vê que nada disso dá certo? Você desiste? Eu não. Desistir? Coisa feia... Eu paro de tentar... Porque uma hora não faz mais sentido... Uma hora a vida caminha pra um ponto que aquilo que você tanto tentou não tem mais espaço. E aí?

E aí você dá um 360° e nota quanta coisa passou por você... Quanta coisa você podia e/ou devia ter aproveitado, mas por perseverar tanto numa única coisa, perdeu a oportunidade. As que sobraram, é claro, corre atrás com toda a perseverança que resta. Quando resta...

É estranho notar que um dia que as coisas pelas quais tanto lutei aparecem de mão beijada... Mas, cadê o sentido? Daí já foi, já passou...

Tendo em vista isso tudo, retorno à mesma mania das pessoas de viverem para seus umbigos. Egoísmo me machuca... Desde o do desconhecido ao da minha mãe. Se o mundo é a porcaria que é hoje é por puro egoísmo. E segue o mesmo blá blá blá dos outros posts.

Daí vem alguém falar "oras, você também é egoísta". Sim sou, mas nem por isso me acomodo ao fato de ser e abuso. Na realidade sempre tento me policiar. Egoísmo é coisa horrível desse mundo, não merece espaço na vida de ninguém. Enquanto não me afetar, eu tô lá, pela pessoa, até o fim. Agora, quando a tal pessoa faz tudo perder o sentido, por favor, não me culpe, tenho a consciência limpa de que minha parte tá feita (aqui está uma pitada de egoísmo).

Daí sempre aparece um pra reclamar por coisas bonitas, não falar só de coisas pesadas e negativas... Então me mostre as coisas positivas de você pra que elas me toquem e me afetam tanto quanto essas coisas fedorentas que me cercam... Sendo assim, seu pedido será uma ordem.

Tolo

Tolo

É assim que me sinto... Como um tolo.
Sinto-me (garoto tentando respeitar a norma culta) assim por um simples motivo, que no fim das contas engloba tudo: pessoas. Afinal de contas, onde não há pessoas? Claro, muitos lugares, mas me refiro aos lugares onde eu (pessoa) posso estar.
E o que elas fazem de tão errado? Muita, mas muita coisa. Umas das que mais me incomoda, que me chamou a atenção hoje foi o materialismo.
Entrando em ramos político-filosóficos: consumismo e materialismo, são coisas bem diferentes (eu acho). Para mim, ter prazer por comprar(consumir) está a quilômetros de distância do prazer em manter/ter e até encarar como divino objetos ou bens de valor.
Meu Deus, como isso me enoja. Ver uma pessoa que dá mais valor (afetivo inclusive) a um carro (por exemplo) do que a alguém que tá ali, do seu lado, sofrendo. Daí o senhor "materialista ortodoxo" diz "ah, mas o carro não me trás sofrimento, só alegrias". Aí o que me vem a cabeça? Milhões de palavras de baixo calão. Realmente muitas delas... As mais aterrorizantes que eu conheço e me lembro.
As pessoas não se importam mais com as pessoas... Materialismo na verdade é só um reflexo direto disso. Porque, afinal de contas, deve-se importar-se com algo! É assim que as coisas seguem.
Mas daí você vê gente matando por dinheiro, brigas entre pessoas que deveriam se amar (ou mesmo se amam) por um objeto qualquer e tudo fica confuso. Qual o valor concreto disso? O que isso pode te trazer? Talvez estatus, talvez conforto, talvez segurança financeira. No facilidades adicionado às três últimas coisas citadas. E o que mais? Bem, pra muita gente não se precisa mais de nada. Afinal de contas, "dinheiro compra tudo". Compra?
As coisas mais importantes e interessantes que apareceram na minha vida foram pessoas. E digam o que disserem, dinheiro não compra pessoas... Nem as piores. Compra uma posição em relação a determinado assunto, compra uma postura qualquer, uma ação. Mas uma pessoa não. Essa é a magia do livre harbítrio. E pessoas têm tanto a ensinar... Tanto a aprender... TANTO!
Cada pessoa é um complexo, e um complexo gigantesco. Com um passado, um presente, um futuro, emaranhados de sonhos, sofrimentos, angústias, alegrias, paz, calma, inteligência, cultura. O fato de cada um ser único me encanta e me dá vontade de conhecer a todos. Se um dia isso for possível todos serão completos. Porque, ao meu ver, o que me falta, tá em alguém. Alguém distante, alguém perto, alguém embaixo do seu nariz.
O mais engraçado é o quanto esse discurso a favor do "próximo" é antigo. Mas eu sinto (diga-se de passagem na pele) que ninguém dá a mínima. Claro que ninguém é generalização. Sempre tem quem nade contra a corrente. E é por causa destes "do contra" que se vale a pena se manter na tolice citada lá no título. Se bem que, entre nós que acreditamos e valorizamos o próximo, não há tolice. Há, na verdade, um sentimento de fraternidade, de "tenho com quem contar nessa..." Mas somos poucos... E a batálha é árdua...
Mas é claro, é muito fácil sentar na frente do meu monitor e digitar tudo isso. Mas o que eu tenho feito para o próximo? E você? O que tem feito? E o mundo? O que tem feito.
Temas globais e de suma importância esquecidos por motivos adversos. Daí vem aquela exemplificação da casa, que, sem bases, desaba. É isso que tem acontecido, tudo vem desabando!
Protejam suas cabeças.

Consciência ambiental (ou a falta de)

Consciência ambiental (ou a falta de)

A (falta de) consciência ambiental é a maior prova do quanto o ser humano pode ser mesquinho e egoísta.
Uma coisa tão importante e tão singela não pode ser tão difícil de lidar assim.
É muito fácil fazer um alarde todo quando uma determinada fábrica de carros em determinada localidade do globo emite zilhões de não sei qual medida de gás carbônico na atmosfera. (Depois da pessoa ler isso, cospe um chiclete na terra).
Recebe-se um panfleto e lê sobre o que se trata. Pensa "que desperdício de papel com uma coisa tão fútil e mercadológica". Amassa o papel e arremessa em direção à lixeira. Quem disse se ele ao menos olha pra ver se a pontaria dele é boa ou não? (com certeza não é).
E vai se levando tudo numa hipocrisia mais ou menos como a dos exemplos acima...
Será que custa muito segurar um papel até se encontrar uma lixeira? "Perder" segundos de vida colocando seu lixo lá dentro? Consciência ambiental deve partir de baixo pra cima, não de cima pra baixo. Ela parte do seu dia-a-dia pra grande empresa produtora de carros, não vice-versa. Na hora de colocar o dedo na cara e reclamar, todo mundo é ótimo. Na hora de abaixar pra pegar um do chão o lixo que não é seu, todo mundo continua ótimo (onde se lê ótimo, lê-se bom demais para tal tarefa). E assim a vida vai passando!
Eu dou mais trinta anos de possibilidade de se viver relativamente bem nesse planeta. E acho ainda que estou sendo otimista, siceramente falando! A realidade, é que mesmo os ativistas não ligam.
Sim, eles ligam se vão aparecer bem na fita, se vão ter estatus com isso, se seu pretendente/companheiro vai aprovar, vai achar nobre. Os que de fato ligam, se frustram. Os que não se frustram sofrem. Sofrem por lutar sozinhos. Esses eu admiro, "a causa acima de qualquer um ou qualquer coisa". Só não admiro o fato destes esquecerem de si mesmos.
E é engraçado pensar o quanto as pessoas se matam. Porque venhamos e convenhamos, degradar meio ambiente é se matar. Não precisa ser nenhum doutor em ecologia pra saber disso, são conhecimentos básicos da vida. Fico pensando em Brasília com uma vegetação menor da que já tem. O ar daqui é quase irrespirável de tão seco... Mas Brasília ainda é excessão nessa destruição de mundo desenfreada... Pelo menos ainda vemos nossas núvens no céu.
Mas é assim, e não to escrevendo porque acho bonito. To escrevendo porque vejo e me incomodo. Tudo isso é uma espécie de desabafo mal fundamentado.
Talvez eu esteja fazendo exatamente o que não gosto: reclamando sendo que não faço nada para mudar. Mas na verdade eu faço meu pouco, faço minha parte. Não sempre, assumo, mas faço.
Afinal, tenho meus momentos de mesquinharia e egoísmo. Esse é um desses!
E assim se segue a vida...
Diz-se que o olfato é o sentido que mais rapidamente se adapta. Se há um fedor que incomoda, em questão de minutos seu cérebro o ingora.
O meu veio com defeito: Esse fedor de hipocrisia das pessoas ao meu redor nunca parou de incomodar...

What a strange thing

What a strange thing

O vazio é uma coisa bizarra! Credo!
O que "djabos" será que nos faz sentirmo-nos sozinhos ao redor de pelo menos mil pessoas? Incrível, fisicamente improvável.
É engraçado andar pelo grande "corredor" do lugar onde eu estudo (conhecido como minhocão) e ver tanto gente sozinha no mesmo lugar. A maioria delas (pessoas) não tem a vida ali... Na verdade a maioria deixa a vida pra ir pra lá. Tantos sozinhos, com ar sério, ou preocupado, ou desligado, ou destraído. As pessoas passam, se cumprimentam, e seguem sua jornada all alone. Daí você vê um grupo de pessoas... Umas três ou quatro conversando, rindo... Daí você acha "poxa, alguém aqui não é tão sozinho". Mentirona! Esses são os que tentam dar um jeito na situação. Porque ali você não escolheu ninguém para estar contigo, as pessoas te foram efiandas goela abaixo. As suporte ou pare de estudar. Goste delas e sofra por não ter tempo de se relacionar (Afinal, aquele lugar é só passagem, tua vida tá lá fora).
O pior é tentar transportar uma pessoa lá de dentro pra fora (sim, nada é de todo mal nessa vida). È um processo árduo e falho. Pode ter dado certo pra alguns, infelizmente não deu pra mim. E estes alguns, onde estão?
A realidade é que a Universidade cria um universo paralelo na tua vida. Não é como a escola, as outras atividades, cursos, e etc. É como se fosse um novo mundo com novas regras, novas tradições, novas pessoas... A diferença é que lá, as pessoas não importam. Porque ou você é um bom papo nos dez minutos entre as aulas, ou uma companhia pra não se almoçar só, ou alguém inteleginte pra colar, ou alguém que ameaça o futuro profissional de um outro, ou uma boa compania pro truco... Sei lá... Você na verdade é isso tudo, mas ninguém te vê como isso tudo! Te vêem como um, dois, talvez três desses aspectos, afinal, tua grade ficou muito diferente da compania agradável, a outra não almoça lá nos mesmos dias que você e milhões de empecilhos baratos lhe impedem.
A universidade despersonifica. Você não pode ser você. Você deve ser o bom aluno para "lograr mensão superior a MM e obter os créditos". Você descorda do ponto de vista de determinado professor? Vai ter problemas... É melhor fingir que concorda, dar um jeito de enrolar ou, em casos de sorte, ser bem razoável ao discordar (Mas aí já por sua conta em risco) - o lado infiél das ciências humanas.
As pessoas lá são paisagens, concorrentes, no máximo companias pra determinadas horas (diga-se de passagem muito poucas, o resto a Universidade te leva).
E quandoa acabar isso tudo? Quando acabar isso tudo todos sentirão saudades, alguns até voltarão.
O supracitado vazio se tornará uma constante tão cruel que estranho vai ser viver sem ele...
Vivamos, você, eu, seu vazio, meu vazio... E vejamos no que isso tudo dará. Talvez um futuro proveitoso, talvez um jocoso, talvez futuro algum...
E qual o poder que temos? Sentar e esperar... Aliás... Correr atrás e esperar, a começar de agora de pisar seus futuros concorrentes, agradar os professores mal acostumados e perder pelo menos quatro horas diárias de vida num "investimento futuro" incerto.

Boa sorte para nós, universitários (em especial da Universidade de Brasília).

Sentimentos...

Sentimentos...

Sentimentos são engraçados. Quando penso nisso lembro do dito popular "rir pra não chorar". E fundamento nele minha afirmação, e a repito: Sentimentos são engraçados.
Não seriam engraçados pelo fato de fazerem rir, apesar de alguns deles de fato fazerem rir. Eu não sei de onde tirei essa idéia de engraçado, mas pra mim não é simplesmente algo que faz rir. É algo que atiça o lúdico, o louco, o pronfundo. Algo que te faz parar pra pensar e ver o quão inesperável uma coisa pode ser. Isso é engraçado. Mas efim, os sentimentos: eles são engraçados.
Eles têm um poder de manipulação incrível. Mesmo a pessoa mais racional da face da terra já agiu por "impulso" alguma vez. Mas quem gera esse impulso? Eu acredito que seja o sentimento. Se não fosse, a pessoa nem faria nada... Se fizesse, pensaria muito antes, raciocinaria para.
Mas o melhor (na verdade, pior) dos sentimentos é quandoe ele te pega de surpresa. Acontece uma coisa que você nunca pensou que poderia acontecer! Rapaz... Aí sim a coisa complica. E os sentimentos são bons nisso! Quando você menos espera, tá apaixonado por aquela pessoa nada a ver. Quando espera menos ainda tá irritadíssimo com alguém que, até ontem, você amava (ou pelo menos achava que). E até chegar uma conclusão do real porquê das coisas, já é tudo fato consumado. O que você acaba por fazer é arrumar uma desculpa, uma justificativa, ou qualquer coisa assim, mas que nem sempre é real. Muitas vezes primeiro vem o sentimento, depois vem o motivo. Atire a primeira pedra quem nunca fez/sentiu isso.
Certa manhã você acorda, encontra alguém, olha pra cara da pessoa e sente raiva. O que ela te fez? Hoje nada, nem teve tempo de te dar "bom dia" ainda. Mas aí você pára pra pensar e lembra de um bando de coisas ruins que tal pessoa já fez. E acha que é por isso. Ou pelo menos tenta se enganar e enganar o resto do mundo dizendo que é por isso.
Como diz um amigo, "desse mudelo".
Um sentimento engraçado, é o que rola entre mim e esse blog. É estranho pensar que você tá jogando algo numa rede mundial, onde milhões e milhões de pessoas têm acesso, tendo a certeza plena de que poucas pessoas (ou mesmo ninguém) verão o que é aqui jogado.
É meio que se enganar de novo, já que acima de qualquer coisa, se está publicando, mas na verdade publicando pra ninguém! É como imprimir um jornal e não fazê-lo circular, ou qualquer coisa assim.
Daí me pergunto "pra quê então escrevo aqui?" e em seguida me respondo "sei lá, pouco importa".
Vai que alguém bacana ache um dia. Alguém que ache engraçado. Que fique pra posterioridade quando eu morrer.
Que alguém ache justamente depois de eu morrer e descubra um pouco mais sobre mim. Ou mesmo antes de morrer. As possibilidades são poucas e desinteressantes. Mas tá aí. Tá que atualizo esse trem uma vez por mês... Mas tá aí!
Deve-se estar em bom estado de espírito pra se enganar um pouco, acredito assim. E "bom estado de espírito pra se enganar um pouco" não é um bom sentimento.
Sentimentos... Influem na vida a ponto de causar doenças físicas. Isso eu já acho bizarro. Acho que todo mundo acha bizarro, mas todo mundo tem coisas mais bizarras e urgentes pra se resolver. Bom, pelo menos não deixa de ser bizarro.
Bem que eu podia divulgar isso, mas tenho vergonha. Sim, vergonha é um sentimento! Esse sim é bom de vez em quando, mas péssimo outras vezes.
Isso me faz pensar numa coisa: qual sentimento é 100% bom? Eu não conheço nenhum! Mesmo quando se ama alguém se faz um bando de porcarias por isso. E olha que o amor é aquela coisa toda que se diz por aí!
Se bem que há controvérias, mas não quero entrar no mérito do que é ou não amor. O fato é que ele existe. Como diria um bom acadêmico "o amor é multifacetado". Mas odeio os bons acadêmicos (Opa, outro sentimento). O que eu gosto mesmo é de conversar. Nossa, conversar é bom... Mas a pessoa tem que saber conversar... E como uma pessoa aprende a conversar eu não sei. Acho que isso parte muito mais de quem ouve do que de quem fala. Então, corrigindo, tem que saber ouvir. E eu não sou lá muito bom nisso. Mas não me incomodo com isso, poderia ser pior. Será que saber ouvir é um sentimento?
Hoje vi uma palavra engraçada. Sua definição é, a grosso modo, "se agradar quando alguém que merecia se dar mal se dá". Acho que é, em alemão, Schadenfreude. Esse é um sentimento interessante de se rotular.

É engraçado como os sentimentos mesquinhos são claros e diretos... como os bons são obscuros e complexos... Mas isso já é outra história...

Minha consciência já grita "já chega de filosofia de boteco por hoje". Vou atendê-la.

Narração

Ele estava deitado em sua cama, olhando para o teto, pensando em tudo e nada ao mesmo tempo. Ele admirava a auto-capacidade de conseguir desligar sua cabeça de todo mundo físico e abstrato, e se transportar para o “limbo”, que era como ele chamava o estado de transe que ficava olhando para o nada e pensando em nada, como se estivesse em modo “stand by” do mundo. Algo o puxou do limbo de volta para sua cama.

“Quelqu’un a frappé la porte”. Foi o que ele pensou quando ouviu batidas na porta de seu pequeno e desorganizado quarto alugado. “Por quê diabos o pensamento veio em francês?” , essa era a preocupação dele, se abstendo das batidas insistentes que vinham da entrada de sua “kit”, como ele chamava. Levantou-se lentamente da cama, como se agisse contra a vontade de seu corpo, esse último, tratado como se tivesse vontade própria, não gostava de ser contrariado. Não foi caminhando, foi se arrastando, como se estivesse sob o sol de quarenta e três graus do deserto do Saara, e como se caminhasse de Oiapoque à Chuí. Chegou até a porta. A pessoa lá atrás, já estava a ponto de derrubá-la. Talvez derrubá-lo, pela impaciência que demonstrava ao bater.

Ele abre a porta sem o mínimo de vontade. Um estranho estava lá. Não era apenas estranho por nunca tê-lo visto, mas um estranho por... Pelo simples fato de ser estranho. Não era como as outras pessoas, fúteis e vazias, que estava acostumado a ver. Era diferente. E ele ficou estático, olhando aquele rosto impaciente, na verdade aquela boca, que de ímpeto, começou a falar descontroladamente. “Qui c’est?!”.

Uma pergunta pertinente até o momento. Mas de fato, quem era?

Aconteceu que naquele mesmo dia Tomás tinha um grande problema. Tinha um trabalho de arte brasileira contemporânea pra fazer. Tinha que entrevistar um artista plástico brasileiro, de preferência, que morasse próximo a ele. Desesperado com a situação, quase soltou um palavra feia quando ouviu sobre o trabalho. “Onde é que eu vou encontrar um artista plástico nessa budega de lugar? Se pelo menos eu ainda estivesse na Europa, eu não ia ta com esse problema agora.” E saiu desesperado. O que fazer? Correr para o Museu da cidade, talvez lá encontraria alguém que pudesse ajudá-lo. E encontrou. O único problema foi que a ajuda não saiu bem como ele esperava. Na realidade, por culpa dele e de sua preocupação por motivos tolos, errara o endereço que ouvira da funcionária do museu. Inverteu o número do apartamento. E foi. Foi irritado com tudo e com todos, afinal, ele tava perdendo a sua tarde de sábado, tarde em que a única coisa que importava do mundo era teoria literária, para ir fazer bendito trabalho sobre arte num projeto de país. “Esse país não tem nada a oferecer no campo artístico, só lixo”. Isso era o que ela pensava. Pensava baseando-se que insistiam em chamar funk e hip-hop de arte, sendo que para ele não passava de “lixo cultural”.

Mas sua menção era mais do que importante qualquer coisa, e tinha que achar esse bendito artista. Ele, Tomás, saiu correndo do museu, quase pegou uns três postes no caminho, mas chegou ao endereço que lhe foi dado. Bateu na porta, não foi bateu mais e mais, estava decidido a bater até que alguém aparecesse, precisava conversar com esse homem. Enquanto batia pensou repentinamente “Droga, esqueci de pegar o nome da pessoa! E agora?” Isso só p motivou a bater cada vez mais forte. A porta se abriu. Ele começou com todo seu interrogatório, sem nem se preocupar com quem era de fato, e sim com o que “aquilo” era em potencial: seu trabalho de artes.

De repente viu que a pessoa estava lá, em sua frente, totalmente estática. Só quando notou isso, voltou a si. E de repente, um sentimento que ele nunca havia sentido tomou conta de seu ser. Foi uma espécie de admiração, misturada com receio, misturada com vergonha. Um misto de sentimentos, resultando num novo e único. E passou a olhar aquele ser magro, de olhos fundos que estava ali, parado, a poucos centímetros dele. Esse silêncio de 15 segundos pareceu, para ambos, durar meses, talvez anos. Tomás desviou o olhar do rapaz que estava em sua frente e começou a reparar no ambiente: um chiqueiro, mas o cativava. A sensação estranha só se prolongava, mas a cada segundo, a admiração e uma atração esquisita crescia dentro dele. Queria entrar lá. Ele não conseguia entender porquê, mas queria.

Voltaram a si. E Tomás, mais calmo e envergonhado, falou o motivo de sua ida até lá. O rapaz que o atendeu falou que não sabia do que se tratava, que ele não era artista e nem conhecia nenhum. Tomás teve um desejo repentino de ir embora, se despediu rapidamente, talvez até grosseiramente do rapaz, e saiu do prédio, desnorteado. O rapaz ficou na porta, reesperando por algo. Algo que ele esperara a vida inteira, e que foi embora tão rápido. Algo que tocou incompreensivelmente o fundo de sua alma. Algo que tinha certeza que se fosse acontecer de novo, demoraria tanto quanto demorou para acontecer a primeira vez. E ficou lá por muitos instantes, olhando fixamente os degraus.

Tomás ficou pensando sem parar no que lhe havia acontecido. Queria entender tudo, pensava no quão não-racional foi toda a situação, sendo que ele gostava de se gabar, dizendo que era a pessoa mais racional que conhecia. Não achava explicação também em porque não parou de pensar no acontecido.

Os dois seguiram suas vidas medíocres. Mas nenhum nunca se esqueceu do outro. E essa sensação durou até o fim dos dias de cada um.

Madrugadas...

Nada tem um clima mais aconchegante do que uma boa madrugada.
Você pode fazer o que for, que ela será agradável. A brisa gelada, a calmaria, o silêncio. A lua parece assitir a tudo perplexa, sem sequer uma palavra dizer. A maioria das luzes apagadas, mas uma sempre está acesa. Pelo menos uma, seja qual for o motivo.

Na verdade, a madrugada tem se revelado uma grande companheira. Pelo menos no que diz respeito ao confronto daquele vazio estranho que a gente sente. Ele não vem de madrugada. Talvez ele venha tão grande, que sua energia se compare a de uma pessoa, se tornando assim uma compania. Metafísico demais...

Ah, os grilos! Grandes companheiros, junto com todo esse vazio gelado. Eles são os maestros dessa orquestra melancólica. Cada um em sua madrugada, aos comandos do tal maestro vai seguindo sua partitura e fazendo sua melodia. Seja no computador, em festas, lendo, estudando ou mesmo acordado, olhando pra parede. Cada um tem seu motivo pra entrar madrugada a dentro. Aqueles que dormem, dormem. Até amanhã.

Eu gosto de passar as madrugadas com meu contrabaixo. Mesmo que não esteja tocando, como agora, gosto de estar com ele no colo. Mesmo tendo tempo de dia, pareço respeitar seu sono diário, como se tivesse relógio biológico inverso: dormisse de dia e acordasse de madrugada. Dai me aparece aqueles racionais radicais e me dizem: "Ora biologico, é apenas um objeto, não há nada de biológico ali". Estes não têm a sensibilidade que a madrugada nos faz adquirir.

Mas e quando não há grilos? Há música? No meu caso sim. Mas eu sou um caso a parte, sempre há música. O combústivel da vida. É no rítimo de uma que digito estas palavras nesse momento. E ela sempre me acompanha nessas madrugadas gélidas.

Muitos já indagaram "Por que não dorme?". Ora dormir, dormir é perda de tempo. É como ficar no banheiro 12 horas seguidas sem alguma precisão. É puramente fisiologico, e há quem transforme em prazer, até Hoby. Se dorme por necessidade física, aposto que ninguém durmiria se não precisasse. E aparecem alguns vários ociosos que dizem gostar de dormir. Gosto de acabar com o sono, é diferente. Talvez muitos discordem, mas sim, é diferente.

Enquanto a maioria esmagadora das pessoas descansam suas mentes nesse momento, eu continuo ativo, com a minha à mil. Entre uma tecla e outra, uma nota e outra, uma brisa e outra ocorrem milhões de pensamentos. Ocorrem, também, vozes que sugerem asperamente "Vai dormir, tá tarde". Tarde pra você, para mim está cedo. E de fato está, se passaram apenas duas horas desse dia que começou.

Dormir é um ato tão individual que eu classificaria como egoísta. Por que dormir quando se pode estar com alguém, compartilhando milhares e estímulos e sensações? Coisa tão cliché que as pessoas mal se perguntam porquê fazem? Eu lanço o desafio: Por quê dormir?

Quando me derem uma boa resposta, dou minha palavra que me deitarei sempre às nove da noite, deixando de lado a madrugada e tudo de bom que ela me proporciona.

O desafio está lançado.

Boa madrugada.

Ensaio Sobre o Nada

Um tempo atrás, senti uma vontade repentina de escrever algo, mas o quê? E como? A única coisa que me veio à cabeça foi o nada.

A definição mais concreta e que melhor relatou o “nada”, recebi numa aula de filosofia, no ensino médio: Nada é um ente. A princípio, a confusão só aumentou, já que em seguida ouvi: “tudo é um ente”. Usando de uma lógica ligeiramente falha, nada é tudo, ou vice-versa. Mas essa linha de raciocínio não está de todo errada, já que nada é alguma coisa, gerando assim uma contradição em termos, porém uma ligação entre as idéias.

Quanto à forma, identifiquei-me com o ensaio após aula expositiva sobre ele. A definição que mais cativou, em meio a todas as tentativas de explicar o que de fato seria um ensaio, foi a de “um esboço literário”. Como o rascunho de um desenhista. Como é raro o caso de um rascunho vir a público, ele se torna, e tem o valor de nada. Aqui está nosso ponto de conexão. Um ensaio, assim como o rascunho, é nada.

E por que não, usar o nada para falar do nada? Juntando todos esses pensamentos levantei essa questão, que é totalmente paradoxal, e estou praticando-a aqui. Segundo a lingüística, a língua pode e deve explicar a própria língua. Tendo isso em mente, decidi testar aqui algo similar, o “nada” explicando o “nada”.

Sinto-me afundado em nada. Pessoas que não são pessoas, coisas que não são coisas, tudo no fim das contas parece nada. O mundo é um grande jogo de aparências, que ao ser desmontado resulta numa só coisa: nada.

Se uma pessoa finge ser bacana com você, mas de fato não é, e você acaba descobrindo, aquilo tudo se torna nada. Se uma coisa aparentemente é boa, mas na verdade ela é ruim, ou mesmo nada, seria novamente nada. É possível que tudo, aliás, nesse caso nada, esteja ligado a juízo de valor, e somente para mim, tudo pareça nada. Mas é difícil acreditar que uma pessoa que finja ser sua amiga, e no fim das contas descobrir que ela nunca foi, seja alguma coisa para você. Tanto ela quanto a amizade que partia dela é nada, já que não era.

É difícil acreditar também que algo, escrito num papel, sem mera comprovação teórica, ou mesmo, algo que nunca vá ser lido, seja realmente alguma coisa. Por isso, categorizo o ensaio como nada, e espero realmente que ninguém (ou pelo menos quase ninguém) o leia realmente. Logo, tudo isso que escrevo nesse momento é nada em potencial.

Talvez me achem louco, idiota, desatarefado, e essa é a razão pela qual me escondi no ensaio: “um modelo teórico que você não precisa explicar por A+B o que acha”, ou seja, ao meu ver, o ideal para explorar e explanar o meu nada. Nada nunca será provado (e não interprete a oração anterior no seu sentido mais comum, tente absorver a lógica da coisa).

Viva aos ensaios, que nos dá liberdade de falar de assuntos diversos, sem precisar ser exato em uma coisa subjetiva. Viva ao nada, que me rendeu tanta coisa sem fundo teórico para falar, que reside em meus pensamentos, e que agora, nesse exato momento, toma um pingo de vida. Mas é claro, uma vida de nada.

Poderia eu me estender por mais diversas páginas filosofando baratamente sobre o nada, mas termino por aqui, sem mais nada a dizer.